Sunday, August 20, 2006

Os serviços secretos dos Gauleses

Quando leio os livros do Astérix, fico sempre fascinado pelas cores, embora haja umas coisas que me passam ao lado, como aqueles povos todos que é impossível que tenham existido. Todos sabemos que existiam os romanos e que foram eles quem fundou a Igreja Católica e levou Cristo ao estrelato. Como o nome diz: Igreja Católica Apostólica Romana! Existiam também os gauleses que, naquele tempo, eramm assim uma espécie de Partido do Bloco, aquele do senhor do aborto e das drogas leves e assim, que é Francisco e do irmão do outro que é de direita. O resto é, como diz o Diogo de Outorela e Saldanha, velho amigo da família, especulação. Tem tudo a ver com uma bolsa e assim. Eu pensava que o dinheiro vem das heranças e do patrimónoio dos avós, das heranças, portanto, mas ele disse-me: "Ouça lá, ó Manel, não seja ingénuo. É a bolsa, meu caro, é a especulação, está a ver?" Respondo sempre que sim mas, de verdade que nunca o vi usar bolsa. Bolsas usa o irmão dele, mas esse, todos sabemos que é um bocadinho feminino. Um dia, o nosso Frederico foi-lhe abrir a porta porque as criadas não foram suficientemente rápidas e, quando ele entrou, o Frederico gritou: "Ó pai, venha cá abaixo! É aquele paneleiro, irmão do Diogo!" Eu expliquei ao Tomás que o Frederico andava a contactar demasiado com os serviçais e ele compreendeu. Bem, a verdade é que lhe dei uma água de colónia daquelas que a Benedita não usa e ele até se lambeu todo! Ele não é paneleiro, eles tinham investimentos na metalurgia, mas ele não. Ele tem uma galeria de arte, daquelas com quadros aos borrões e assim. Enfim... Estava a falar dos gauleses. Os gauleses são o único povo que existia, para além dos romanos. Antes de Portugal, havia a România (e não Roménia, que é de onde vêm os mendigos e as criadas e assim, embora nós prefiramos as portuguesas, da província; é só dar um jeitinho no buço e ficam óptimas). Depois, acho que foi com D. Sebastião e assim, os Espanhóis, fugiram para a Espanha e nós escolhemos Portugal. Acho que era óptimo, porque havia nobres e assim. Logo depois de Cristo, o rei Afonso Henriques, que rea filho do outro, disse: "Agora não há mais romanos e pronto! Tudo fora daqui! E ficámos só nós, antes de tudo se encher de povo. A nossa língua vem até do romano e por se escrever em línguas que vêm do romano é que se escrevem romances e assim. Eu vou ouvindo o que a Benedita fala com as crianças e depois pergunto ao Sr. Cónego se é verdade. Normalmente ele explica-me melhor e eu fixo logo estas coisas da história de Portugal. Só que naqueles livros do Astérix só se fala do Obélix, do Astérix, do Panoramix e dos outros que cantam e vendem peixe e assim. A Benedita é que me abriu os olhos. Num dia em que eu andei o dia todo a falar disto porque foi quando consegui acabar o Astérix e os Normandos em apenas quinze dias (vejam como fiquei empolgado) ela disse-me a dada altura: " Eh pá, larga-me com a merda dos romanos e do Asterix e do Obelix, pá... Já chega! Olha, porque é que não lês qulquer coisa sobre o Clitórix, vais ver que ainda ganhamos os dois! Pode ser que o descubras, finalmente!!" Estava alterada... Nós, os homens modernos, temos que compreender que as mulheres, agora, têm hormonas e assim e que ficam piores das hormonas todos os meses. As hormonas da Benedita são tramadas! Então, eu pus-me a pensar e tive uma visão: os gauleses têm guerreiros que não estão à vista! São os agentes secretos. E o Clitórix deve ser o chefe, por isso é que eu não o vi. O Clitórix deve ser aquele que toda a gente sabe que existe mas custa a ver-se! A Benedita, que sabe História, não falha. E quando eu lhe disse: "Ó Benedita, você é brilhante e faz-me aprender tanto...Vai ver que vou encontrar o Clitórix!", ela respondeu-me "Olha Manel, já me cansei de te ensinar e nada! Percebes, nada! Nem Clitórix, nem Orgasmix! Nicles! Se não fosse o Funciono-a-Pilhastórix já o Clitórix estava morto!" E virou-me as costas... As coisas que ela sabe! Conhece-os todos, estes heróis gauleses, e as intrigas e o chefe..." Bem, com o tempo que passa a ler, também tem obrigação disso!

Saturday, August 05, 2006

O mordomo dos Saavedra

Já vos falei do meu amigo Bernardo, o que tem o irmão embaixador em África. É gente fantástica e com imenso dinheiro, os Saavedra. Têm uma casa espectacular, tudo móveis antigos fantásticos, com séculos, tantos quantos os dos nomes Guedes e Saavedra e assim. Mas, como o nível é isso mesmo, não fizeram a coisa por menos. Chegamos para jantar lá em casa e vemos um senhor bem vestido a levar artigos de jardinagem para uma carrinha. Depois, entramos e vemos a casa vazia. Do recheio que tão bem conhecíamos restava zero. Conclusão: remodelação total. Disse logo à Benedita: “Vão mudar para o design! Do nada! Quem pode, pode e mais nada, fartaram-se daquele look pesado à Museu de Arte Antiga. A mãe, a Senhora Dona Constança até me dizia: “Ó Manuel, quando quiser ver arte antiga, olhe à sua volta, há de tudo, de todas as épocas: é um museu vivo.” Pois bem, o Bernardo fartou-se e matou o museu. Depois veio ter comigo e disse-me: “Ouça lá, Manuel, vamos ter de ir fora e assim. Decidi remodelar tudo e dei folga à criadagem, ok?” Claro! Tudo para onde? Fortaleza do Guincho! O Marc Le Ouedec é fantástico, senão o Westermann vem de Estrasburgo a Cascais e humilha-o publicamente, enfim, sublime! Sublimes estavam também duas coisas: em segundo lugar, os lavagantes assados com maçãs, de chorar por mais quando não se tem dinheiro, porque quando se tem, enche-se a pança, discretamente; em primeiro, o nível dos Saavedra a brilhar em todo o seu esplendor. Não podendo receber em casa, o Bernardo trouxe o seu mordomo que, de fraque, impecavelmente perfilado por detrás dele, aguardava, qual cão fiel as ordens de um Saavedra! Eu até lhe perguntei, porque tinha bom aspecto e podemos precisar que nos recomende um mordomo, quando decidirmos ter um, como se chamava, ao que ele respondeu: “Cobrador do Fraque”. Deve ser alcunha, daquelas que a criadagem lhe põe. Como anda de fraque e, se calhar, foi despedido de cobrador da carris ou da CP, porque agora põem máquinas em tudo. Enfim, disse logo ao Bernardo que eu pagava e ele disse-me “Ouça lá, pode ser, até porque eu, com isto de redecorar a casa, esqueci-me da carteira e assim.” À saída, estava alguém de volta do Meseratti Spider do Bernardo e ele, sem paciência para ladrões e como nós estávamos com os miúdos e podia ser perigoso e assim, deu-lhes logo a chave. Bem vestidos os gatunos de automóveis, pareciam bancários… Deixámo-lo em casa dele e, à saída comentei com a Benedita: “Ó Benedita, viu bem o nível do Bernardo Saavedra?” Ela respondeu-me: “Nível? Porra, está é teso!” Logo ela que não dialoga comigo sobre sexo e assim, a tecer comentários vulgares sobre a dureza da masculinidade do Saavedra… São as hormonas, só pode ser…

Gente com Nível no Expresso...finalmente!

Graças a Deus, as ostras de ontem fizeram-me mal. Resumindo: casa de banho, Expresso! Na revista “Única”um título de capa de fugir “Brasil nos trilhos de Lula”. E a feijoada? E a picanha? Depois, um senhor gordinho com cara e farda de Capitão Iglo, mas num comboio a dizer adeus. Enfim. Não se percebe nada e… fui ao índice. Sim, é verdade, às vezes temos de… e as ostras fizeram-me mesmo muito mal. Página 74: “Entrevista, Seixas da Costa, O embaixador de Portugal” O título é fantástico, porque é entrevista mas ‘Seixas da Costa’ é um nome maravilhoso. Se, em vez de Proença fosse Seixas da Costa, não estaria mal. Há povo em Costa, assim sem mais nada mas Seixas e da Costa tem nível. Melhor seria de Seixas e Costa mas não se pode ter tudo. O senhor, veste elegante, podia ser de cá, morar perto de nós, os Proença mas não, vive num Palácio e só os Duques e assim é que vivem em palácios. Lá está ele, com uma mão elegantemente sob a sua axila (só o povo é que tem sovacos e assim) e tem um lábio superior fantástico, de linhagem superior. Imaginemos que tinha os dentes salientes… Não haveria problema: o lábio cobria. Se fosse povo, seriam os dentes horrorosos a empurrar o lábio, à coelho. Como é Duque e vive no Palácio das Necessidades, é o lábio superiormente derramado sobre o seu irmão inferior. Depois, é embaixador, o que é óptimo. O Bernardo Guedes e Saavedra disse-nos um dia que o irmão dele era embaixador no Burundi e que ele é que mandava lá porque era branco e usava gravatas italianas e tinha um Mercedes S blindado e pretos, daqueles limpinhos para lhe fazerem tudo, bem, o Paraíso. A Benedita concordou mas disse que nós não tínhamos representação diplomática no Burundi, ao que eu acrescentei que alguém como o Pedro Guedes e Saavedra nem precisa disso para ser embaixador: nasceu embaixador e pronto! Ela não gostou, não sei porquê e disse-me: “És um parvo de merda, Manel. Se não fosse a massa tinhas nascido, tu, para engraxador! Não percebi, até porque, cá em casa, não se come massa, come-se ‘pasta’ e da importada e assim. Voltando ao embaixador, ele é quem manda e revela toda a sua autoridade (a quantidade de pretos e russos e brasileiros que eles, os Seixas da Costa terão lá no Palácio) Quando o Balsemão (é ele quem faz o Expresso) lhe diz: “E, consigo, há ainda que falar da vida, dos amigos, dos livros, das tertúlias…”, ele toma a palavra: “Começo com os livros: uma tragédia!” Como eu! Tal e qual! E continua “Nas estantes estão em dupla fila, ocupam mesas, empilham-se no chão.” E assume, como eu, a verdade nua e crua: “Não consigo ler todos, nempensar nisso.” De nível, puro e duro a frase: Melhor que ter um livro, só o prazer de o comprar.” Fiquei em êxtase! Saltei logo umas linhas e “É preciso saber dar um salto fora da rotina, ir beber um copo…ler blogues…” Como eu!!! Almas gémeas, eu e o embaixador. Apenas lhe falta um degrau para subir até ao meu patamar: a mim falta-me o Palácio, o lábio superior excessivo e ser Duque mas, quando à pergunta “O que é que ainda pede à vida?” ele Responde”Só peço tempo”, eu rio-me na cara do Duque do Lábio Comprido: tempo é o que me sobra, meu amigo! Tanto, que quando me aborreço e digo à Benedita: “Ó Benedita, e agora, faço o quê?”, ela responde “Faz panelas, vais ver que ainda tens jeito para alguma coisa!” Os miúdos riem sempre e eu também, embora não perceba. Panelas, assim mesmo, de verdade, nunca fiz. É coisa de criadagem.